Um químico analisa amostras de lítio: pesquisadores passaram anos procurando uma espécie de bateria conhecida como lítio-ar, ou lítio-oxigênio, que poderia fornecer 10 vezes mais energia
Miami - Um novo tipo de produto químico pode fornecer energia para as baterias de lítio-ar - que há muito tempo sofre obstáculos tecnológicos - o que pode contribuir para a criação de um produto capaz de fazer frente à gasolina nos carros, disseram investigadores nesta quinta-feira.
As baterias recarregáveis têm sido há décadas - a bateria de íons de lítio que alimenta muitos dispositivos móveis fará 25 anos em 2016 - mas expandir essa tecnologia para os automóveis tem se mostrado difícil.
Pesquisadores passaram anos procurando uma espécie de bateria conhecida como lítio-ar, ou lítio-oxigênio, que poderia fornecer 10 vezes mais energia e, possivelmente mais densidade de energia suficiente para comparar com a gasolina, mas elas também têm sido alvo de problemas práticos.
Enquanto uma bateria de lítio-ar definitiva permanece pelo menos a uma década de distância, pesquisadores da Universidade de Cambridge dizem ter patenteado uma tecnologia que supera alguns dos principais obstáculos.
A principal autora da pesquisa, Clare Grey, professora de química na Universidade de Cambridge, disse que "a conquista significativa" de sua equipe vem fazendo progressos rumo à alta capacidade "já que levamos a eficiência para números que competem com a tecnologia de lítio-íon atual".
Como a tecnologia ainda está em fase de laboratório, não é possível compará-la diretamente com as tecnologias disponíveis atualmente, disse a cientista.
Mas a mais recente abordagem mostrou um aumento da eficiência energética de até 93%, e faz isso usando um produto químico diferente do utilizado nas tentativas anteriores: empregando hidróxido de lítio (LiOH) em vez de peróxido de lítio (Li2O2).
A demonstração foi feita com um "eletrodo de carbono altamente poroso, 'fofo', feito de grafeno (incluindo folhas de carbono de um átomo de espessura) e aditivos que alteram as reações químicas no trabalho na bateria, tornando-a mais estável e mais eficiente", explica um comunicado da Universidade de Cambridge.
O resultado é mais um passo no caminho rumo a uma bateria mais prática e eficiente, disse Grey.
"Estamos empolgados com a substância química, mas também temos um monte de trabalho a fazer, em especial para compreender os mecanismos dessa química e otimizá-la e trabalhar para chegarmos o mais perto possível de um sistema de maior eficiência".
O artigo foi publicado na revista norte-americana Science.
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