Por que eu vou abandonar o Linux?
Usuário de computadores há mais de 20 anos, desde o tempo do DOS, sempre usei o sistema operacional proprietário, aquele, o “Janelas”, conhecido como Windows.
Bem... em 2010 cansado de usá-lo, e de seus problemas constantes, independente da versão que tivesse em mãos, pensei em mudar. Ora, nada mais legal, do que mudar para um sistema concorrente, só que eu não queria gastar uma fortuna entre equipamento e software. Portanto, resolvi construir minha nova máquina (como sempre fiz) e instalar o famoso Linux, que havia experimentado uma vez, já tinha visto a cara dele.
Muito bem. Saí, fui aos fornecedores de hardware habituais, comprei o que precisava para uma boa máquina, voltei para casa, construí meu computador, e ao final, fiquei contente com o resultado.
Agora só faltava instalar os softwares necessários, mas deixei isso para o dia seguinte, porque sempre deu um baita trabalhão, com grande dispêndio de tempo e dinheiro.
Dia seguinte, discos de software e vamos começar. De repente veio a dúvida: “E se eu não gostar ou não conseguir usar ... é melhor instalar o proprietário por via das dúvidas”. Então foi o que fiz. Perdi mais de um dia inteiro, instalando Sistema Operacional; os drivers de vídeo, som e rede; as atualizações do sistema; suíte de escritório; configurações para melhorar desempenho; antivírus; etc., etc., etc.; ufa, como sempre aquele trabalhão danado!
Agora, vamos instalar o tal do Linux no espaço que havia deixado livre no HD, surge uma nova dúvida: “Qual distro?” Dei uma olhada pela rede e acabei escolhendo uma, o Ubuntu da Canonical.
Respirei fundo por várias vezes, afinal o outro já havia me dado um trabalhão danado ... Abri a bandeja do leitor de DVD coloquei o disco, particionei o espaço livre ... e comecei a instalação. Como sempre as coisas haviam demorado muito, achei melhor ir tomar um café e fumar um cigarro.
Voltei depois de uma meia hora, esperei mais uns 15 minutos e surgiu uma mensagem para remover o disco. OK, removi, reiniciei o sistema (agora com dual-boot) para ver o que acontecia. E como que por encanto, minha máquina subiu no tal do Linux, com som, vídeo, rede, suíte de escritório, e mais um montão de coisas.
Desde então uso Linux, faço traduções de livro com índice no LibreOffice e gero o PDF deles só com um clique, me aventurei um pouco em C++ com o QT4, crio meus CDs com páginas HTML feitas à mão no Gedit, e como tenho outras máquinas em casa, fiz um monte de experiências com outras distros para ver no que dava. Usei live-CD, instalei, removi, algumas vezes consegui estragar o sistema todo, mas uma coisa me chamou a atenção, todas as distros usadas sempre subiram desde a primeira vez com vídeo, som e rede rodando numa boa.
Contei para alguns amigos, e até convenci uns poucos a abandonarem os softwares proprietários. Porém, ainda assim, mantive minha máquina com o dual-boot, até porque eu paguei por todas aquelas licenças. De qualquer modo, todos nós aprendemos a usar o Pinguim bem rapidamente. Na verdade, quem mais demorou para aprender a usar, foi minha filha mais velha. O que é meio engraçado, já que ela tem menos de 35 anos, eu mais de 60 e um de meus amigos está com 80, e levei poucas horas para ensiná-lo a usar o que ele sempre usou, o básico, isto é, Internet, Writer, ler e escrever e-mail no Thunderbird. Enfim, ninguém mais quer voltar para as mãos da Microsoft. Até porque, todo este meu círculo de amigos e familiares, já percebeu que, de um modo ou outro, hoje todos usam alguma coisa “like Unix”.
Estranha a última afirmação não é? Ocorre que a grande maioria dos equipamentos atuais, usam algum tipo de Sistema Operacional. Também é fato que a Apple usa um sistema derivado do Unix, pelo menos foi o que o Steve Jobs disse numa entrevista: “My system its X”. Então o que nós temos atualmente, é o mundo dividido em dois tipos de sistema operacional, o da Microsoft e os derivados do Unix, como o Linux e o da Apple. E todos sabemos que quase todos smartphones são Linux, já que usam o Android, enquanto a outra grande parcela deles usa o sistema da Apple (iphone).
Ué ... mas você vai abandonar o Linux?! Claro que vou, afinal antes de usar ele eu sempre podia gastar um dia inteiro instalando o sistema, ou ficar indignado, com as travadas que o sistema consegue dar, com a lentidão ocasionada por excesso de arquivos temporários, a lentidão que todo antivírus causa, gastar tempo fazendo scandisk e desfragmentando o HD.
Já o Linux, é um chato, ele se recusa a travar do nada, não precisa de desfragmentação, não usa antivírus, nunca me deu uma “tela azul da morte”. A gota final, foi quando troquei meu HD por um maior e coloquei o antigo numa máquina diferente, eu esperava que ele não conseguisse subir o sistema, que eu fosse obrigado a formatá-lo. Mas o atrevido, não só subiu como nem deu bola para o hardware diferente, o bandido apenas funcionou. Ele me obriga a ter tempo para os meus filhos, amigos, minha neta, meus passatempos, viagens, e por aí vai.
Estou morrendo de saudades da “tela azul”, do “defrag”, dos vírus ...Só que infelizmente, minha neta viu o título deste texto e me disse: “Vô, se o senhor vai voltar a ficar sentado nessa cadeira como antes, formatando máquina, tirando vírus e, passando a noite sem dormir pra resolver, sem tempo pra família nem pra nada. Eu juro que conto pra minha mãe e nós vamos levar o senhor pro psiquiatra!!!”
Diante disso, não me resta alternativa, tenho que continuar usando Linux. Eu sei que é chato, mas encher a cara de psicotrópicos é pior. Contudo, vou continuar com saudades da “tela azul da morte”, da reinicialização automática quando o sistema atualizava em segundo plano, etc., etc., etc. Ah que pena, adeus Microsoft, vou sonhar com você.
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O texto a acima foi escrito pelo nosso leitor Luiz Carlos de Mello e vai te surpreender e te divertir, nada escrito aqui representa a opinião do blog Diolinux, este é um espaço que nós abrimos para os leitores sempre que podemos, como vários outros já fizeram, se você quiser participar enviando o seu artigo também, basta entrar em contato. basta entrar em contato.
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