Pesquisa mostra que 51% dos donos do aparelho em SP creem nisso.
Para metade dos moradores da cidade de São Paulo que possuem smartphone, recorrer a redes sociais para expor práticas ou empresas corruptas tem maior impacto do que chamar a polícia. O dado faz parte de uma pesquisa sobre compartilhamento de informações online, que será divulgada nesta quinta-feira (16) produzida pela Ericsson e a qual o G1 teve acesso com exclusividade.
A empresa sueca ouviu mais de 5 mil donos de iPhones e smartphones que rodam Android em dez grandes centros urbanos do mundo (São Paulo, Berlim, Chicago, Nova York, Joanesburgo,Londres, Cidade do México, Moscou, Sydney e Tóquio).
Os moradores da capital paulista não estão sozinhos, mas acima da média mundial. O índice dos entrevistados que confiam mais em publicar online casos de corrupção do que em procurar forças do poder público é de 37%. Mais descrentes que os brasileiros, só os mexicanos: 63%.
“Eu acho que isso demonstra que a gente está com um pouquinho de desconfiança. A gente se sente mais seguro denunciando de forma informal do que formal. A gente acha que, já que não vai acontecer nada, postando, pelo menos, consegue mostrar para algumas pessoas o que aconteceu”, comenta Júlia Casagrande, gerente de marketing da Ericsson na América Latina.
Mais da metade dos donos de smartphone (54%) acreditam que as ferramentas digitais criaram novas oportunidades para apontar o comportamento ilícito de empresas e autoridades públicas.
A empresa sueca ouviu mais de 5 mil donos de iPhones e smartphones que rodam Android em dez grandes centros urbanos do mundo (São Paulo, Berlim, Chicago, Nova York, Joanesburgo,Londres, Cidade do México, Moscou, Sydney e Tóquio).
Os moradores da capital paulista não estão sozinhos, mas acima da média mundial. O índice dos entrevistados que confiam mais em publicar online casos de corrupção do que em procurar forças do poder público é de 37%. Mais descrentes que os brasileiros, só os mexicanos: 63%.
“Eu acho que isso demonstra que a gente está com um pouquinho de desconfiança. A gente se sente mais seguro denunciando de forma informal do que formal. A gente acha que, já que não vai acontecer nada, postando, pelo menos, consegue mostrar para algumas pessoas o que aconteceu”, comenta Júlia Casagrande, gerente de marketing da Ericsson na América Latina.
Mais da metade dos donos de smartphone (54%) acreditam que as ferramentas digitais criaram novas oportunidades para apontar o comportamento ilícito de empresas e autoridades públicas.
Jovem tira fotografia com smartphone no topo do Edifício Itália, em São Paulo. (Foto: Divulgação/Ericsson)
Compartilhamento online
Fazer denúncias online é uma das dimensões da maior disposição dessas pessoas de compartilhar informações sobre si na internet. Tanto que 69% dos ouvidos pela pesquisa dizem publicar mais dados pessoais na internet do que há dois anos – 70% publica, pelo menos, uma foto por semana.
“Antigamente, a gente dizia que tinha três assunto que não podiam ser discutidos: religião, política e futebol. Hoje, se você fizer um filtro nas redes sociais, são os assuntos mais discutidos. A gente não discute na mesa do bar, mas coloca na rede para atingir uma massa maior”, comenta a executiva. “As pessoas se sentem mais protegidas pela tela.”
Segundo Casagrande, impulsionam a cultura do compartilhamento a maior conectividade. “Qual é o país e a grande cidade que não está conectada, que não tem acesso a smartphone? Todo mundo tem acesso a tudo.”
“Antigamente, a gente dizia que tinha três assunto que não podiam ser discutidos: religião, política e futebol. Hoje, se você fizer um filtro nas redes sociais, são os assuntos mais discutidos. A gente não discute na mesa do bar, mas coloca na rede para atingir uma massa maior”, comenta a executiva. “As pessoas se sentem mais protegidas pela tela.”
Segundo Casagrande, impulsionam a cultura do compartilhamento a maior conectividade. “Qual é o país e a grande cidade que não está conectada, que não tem acesso a smartphone? Todo mundo tem acesso a tudo.”
'Waze da criminalidade'
Essa cultura do compartilhamento criou um segmento de empresas. Algumas ferramentas do mundo digital só funcionam se seus usuários estiverem dispostos a colaborar com informações. É o caso do aplicativo “City Cop”, uma espécie de “Waze da criminalidade”.
No serviço, em vez de apontarem pontos de congestionamento e acidentes na via, como faz o app famoso, os usuários são convidados a denunciar crimes cometidos, que são listados em um mapa. O serviço permite indicar casos de vandalismo, venda de drogas e até homicídios. Nesta quarta, incluiu um novo item: extorsão e corrupção. “Quantos e quantos casos a gente não conhece de alguém que foi extorquido por um policial ou um fiscal?”, afirma Carlos Miranda, diretor-geral do City Cop no Brasil.
Essa cultura do compartilhamento criou um segmento de empresas. Algumas ferramentas do mundo digital só funcionam se seus usuários estiverem dispostos a colaborar com informações. É o caso do aplicativo “City Cop”, uma espécie de “Waze da criminalidade”.
No serviço, em vez de apontarem pontos de congestionamento e acidentes na via, como faz o app famoso, os usuários são convidados a denunciar crimes cometidos, que são listados em um mapa. O serviço permite indicar casos de vandalismo, venda de drogas e até homicídios. Nesta quarta, incluiu um novo item: extorsão e corrupção. “Quantos e quantos casos a gente não conhece de alguém que foi extorquido por um policial ou um fiscal?”, afirma Carlos Miranda, diretor-geral do City Cop no Brasil.
Júlia Casagrande, gerente de marketing da
Ericsson na América Latina. (Foto: Divulgação/Ericsson)
Permitindo publicações identificadas ou anônimas, o app já recebeu quase 20 mil denúncias em menos de 15 dias de atuação no Brasil. “Muitas vezes você vê um delito na rua e não vai para a delegacia denunciar aquilo ou prestar informações à polícia”, diz Miranda, para quem o serviço aproveita tanto do maior senso de comunidade quando do enfraquecimento de instituições.
Criado no Uruguai, o app está presente na Argentina e no Chile, onde possui uma parceria com a polícia para abastecê-la com informação. Em Seattle (EUA), por meio de um projeto piloto, é possível acionar agentes pelo app. A possibilidade de disseminar boatos existe, admite o executivo, mas é combatida por meio de um sistema de verificação das publicações dos usuários muito ativos.
Consumidor
Criado no Uruguai, o app está presente na Argentina e no Chile, onde possui uma parceria com a polícia para abastecê-la com informação. Em Seattle (EUA), por meio de um projeto piloto, é possível acionar agentes pelo app. A possibilidade de disseminar boatos existe, admite o executivo, mas é combatida por meio de um sistema de verificação das publicações dos usuários muito ativos.
Consumidor
A pesquisa da Ericsson mostra que a cultura do compartilhamento também afeta a relação entre consumidores e empresas com que tiveram problemas. Mais da metade dos entrevistados acreditam que publicar opiniões sobre companhias na internet dá a eles mais poder. Entre os brasileiros, esse percentual chega a 64%.
“Antes, quando não tinha redes sociais, você ficava preso a um ‘0800’ ou a uma linha direta, que a gente sabe como são”, diz Casagrande, da Ericsson. “A partir do momento em que todo mundo começou a entender que expor uma marca negativamente traz malefícios para a empresa, elas têm que agir mais rápido.”
“Antes, quando não tinha redes sociais, você ficava preso a um ‘0800’ ou a uma linha direta, que a gente sabe como são”, diz Casagrande, da Ericsson. “A partir do momento em que todo mundo começou a entender que expor uma marca negativamente traz malefícios para a empresa, elas têm que agir mais rápido.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente aqui ou informe link quebrado...